Os testes padronizados e os protocolos baseados em evidências são ferramentas valiosas no trabalho com pessoas autistas.
Eles oferecem estrutura, segurança e critérios importantes para tomada de decisão.
Mas, por si só, não dão conta de toda a complexidade que envolve cada caso.
Na minha prática com supervisão clínica, aprendi que tão importante quanto o uso de instrumentos validados é a capacidade de refletir sobre a adequação de cada estratégia à realidade singular do aprendiz, da família e do ambiente.
Por isso, compartilho aqui cinco perguntas que têm guiado conversas transformadoras com profissionais em supervisão:
- Quais são os pontos fortes dessa criança/adolescente?
(E como construir objetivos baseados em potencial e não somente em déficit.) - Como posso ajudá-lo a fazer amizades verdadeiras e duradouras?
(E não baseadas em scripts decorados que apoiam o mascaramento.) - Ele tem comportamentos interferentes?
(Foco em habilidades de regulação emocional.
Treine a família nas estratégias de co-regulação.) - Troque o discurso:
De “A criança não tem nenhuma habilidade” ou “ele é muito comprometido” para:
“Vou começar com o essencial: ensiná-lo a comunicar pedidos e desejos básicos.” - Não esqueça da motivação intrínseca.
Construa um relacionamento onde você seja um reforçador para seu paciente/aluno.
Não há aprendizagem sem estabelecer um ambiente seguro e feliz primeiro.
Supervisão clínica de qualidade vai além da análise técnica de casos: ela cultiva empatia, compaixão e um compromisso genuíno com o crescimento mútuo — do profissional e da pessoa atendida.




